Não conheço pessoalmente o Mário Laginha (tell me some news) por isso não posso avaliar se aquela simpatia é toda natural ou se há ali alguma pose. A mim pareceu-me natural, e até consentânea com uma certa postura dele nos concertos. Além de que um dia o vi num concerto no Coliseu (acho que foi do Caetano Veloso) e ele era super-simpático para as pessoas que o abordavam.
Mas isto para dizer que essa simpatia é sempre uma mais-valia quando se ouve alguém a falar com entusiasmo de alguma coisa de que entende. Neste aspecto, a entrevista foi também uma oportunidade de aprender coisas sobre a música dele, sobre as suas parcerias. Até sobre a música: por exemplo eu ontem aprendi o que é uma fuga. Mas o gozo maior é mesmo vê-lo a falar sobre o piano, sobre maneiras de tocar, a fazer os gestos com as mãos, as mãos a percorrerem escalas imaginárias; até neste pormenor: quando contou que aprendeu a tocar guitarra, foi assim quase automático a mão direita começar a fazer acordes no antebraço esquerdo à medida que falava. Ouvindo o Mário Laginha a falar assim parece que é tão fácil tocar que basta um tipo sentar-se ao piano, pousar as mãos no teclado, e a música desata a fluir naturalmente.