Dito isto, gostei do comício, apesar do calor atmosférico e do calor humano. Apesar de não ter pachorra nenhuma para um discurso emocional de pretenso fervor patriótico, que alinha sempre pela fasquia mais baixa. Apesar de a histeria, colectiva e individual, me deixar sempre embaraçado e pouco à vontade. Gostei dos cachecóis e gostei da Matilde Sousa Franco, que fez o único discurso consequente e preparado da noite. Só não gostei muito da parte em que propôs, para estimular a indústria local, que os edifícios da cidade passassem a ser revestidos a cerâmica. Não, não me parece.
Convém não esquecer que o presidente da República demitiu o Santana Lopes porque ele, ele próprio, ele em pessoa, criou um clima de instabilidade e falta de confiança, com as suas trapalhadas semanais, algumas delas, as mais violentas, assassinamente dirigidas contra os seus próprios ministros. Convém não esquecer que praticamente todo o psd não santanista contribuiu, à chapada e ao pontapé, para o derrube do governo, como se comprova pelo facto de o único dirigente do psd que aparece na campanha ser o paranóico do Alberto João. E convém não esquecer essas coisas porque as mentiras, por serem tantas vezes repetidas, podem ganhar aparência de verdade.