xxviii
Passou ontem à noite na rtp1 o filme Chariots of Fire, do Hugh Hudson, que é, na minha opinião, e ainda que seja um produto da indústria, o filme que melhor consagra um certo espírito olímpico, retratando o impulso e as motivações para vencer, que são sempre mais do reino do sentido que do explicado.
Além disso, o filme de Hudson definiu uma estética, uma maneira de filmar as corridas, que ainda hoje é um padrão, e que veio oferecer uma alternativa ao modo digamos ‘teutónico’ de filmar as Olimpíadas da Leni Riefensthal.
Para o sucesso do filme muito contribuiu ainda a banda sonora do Vangelis, que assinou aqui uma das suas melhores bandas sonoras, juntamente com a do Blade Runner. Infelizmente, daí para a frente, a maior parte do trabalho para cinema de Vangelis seria quase sempre ou empastelado ou tão anónimo como a música de elevador.
Começam hoje os Jogos Olímpicos de Atenas, os jogos da XXVIII Olimpíada.
Acredito que quase tudo o que somos em adultos provém da infância, e a verdade é que o meu fascínio pelos JO, como a generalidade dos meus fascínios, vem desde criança.
Desde 1980, ou seja desde que comecei a acompanhar o Jogos pela televisão, que sou capaz de recordar as circunstâncias da minha vida por altura dos JO, onde é que eu estava, o que é que eu estava a fazer, como é que foi tentar acompanhar os jogos pela televisão, sobretudo os minhas três modalidades olímpicas preferidas: a natação, a ginástica olímpica e o atletismo, por ordem de entrada em cena. Quase como se as edições dos JO fossem marcos na estrada que me ajudam a referenciar no tempo e no espaço, por vezes com bastante rigor, momentos, lugares, circunstâncias e episódios da minha vida. Já desperdicei umas férias em Londres que passei a ver as transmissões em directo dos jogos que começavam por volta da meia-noite e iam até de manhã. Nos últimos JO meti férias e fiquei em casa para poder ver os directos. Este ano, vai ser mais complicado acompanhar, porque estou a trabalhar e suponho que muitas transmissões serão durante o horário de expediente.
Infelizmente, nunca assisti a nenhuns, e muito provavelmente nunca assistirei, queimada que foi a hipótese mais viável, a dos jogos em Barcelona. Mas hoje, ao fim da tarde, lá estarei colado à TV a ver a cerimónia de abertura e a comover-me, um pouco contra vontade, com o acender da pira, o içar da bandeira e aquela frase que me soa sempre poderosíssima, mágica, como se carregasse consigo o fascínio da história da própria humanidade: ‘declaro abertos os jogos da vigésima oitava olimpíada’.
Além disso, o filme de Hudson definiu uma estética, uma maneira de filmar as corridas, que ainda hoje é um padrão, e que veio oferecer uma alternativa ao modo digamos ‘teutónico’ de filmar as Olimpíadas da Leni Riefensthal.
Para o sucesso do filme muito contribuiu ainda a banda sonora do Vangelis, que assinou aqui uma das suas melhores bandas sonoras, juntamente com a do Blade Runner. Infelizmente, daí para a frente, a maior parte do trabalho para cinema de Vangelis seria quase sempre ou empastelado ou tão anónimo como a música de elevador.
Começam hoje os Jogos Olímpicos de Atenas, os jogos da XXVIII Olimpíada.
Acredito que quase tudo o que somos em adultos provém da infância, e a verdade é que o meu fascínio pelos JO, como a generalidade dos meus fascínios, vem desde criança.
Desde 1980, ou seja desde que comecei a acompanhar o Jogos pela televisão, que sou capaz de recordar as circunstâncias da minha vida por altura dos JO, onde é que eu estava, o que é que eu estava a fazer, como é que foi tentar acompanhar os jogos pela televisão, sobretudo os minhas três modalidades olímpicas preferidas: a natação, a ginástica olímpica e o atletismo, por ordem de entrada em cena. Quase como se as edições dos JO fossem marcos na estrada que me ajudam a referenciar no tempo e no espaço, por vezes com bastante rigor, momentos, lugares, circunstâncias e episódios da minha vida. Já desperdicei umas férias em Londres que passei a ver as transmissões em directo dos jogos que começavam por volta da meia-noite e iam até de manhã. Nos últimos JO meti férias e fiquei em casa para poder ver os directos. Este ano, vai ser mais complicado acompanhar, porque estou a trabalhar e suponho que muitas transmissões serão durante o horário de expediente.
Infelizmente, nunca assisti a nenhuns, e muito provavelmente nunca assistirei, queimada que foi a hipótese mais viável, a dos jogos em Barcelona. Mas hoje, ao fim da tarde, lá estarei colado à TV a ver a cerimónia de abertura e a comover-me, um pouco contra vontade, com o acender da pira, o içar da bandeira e aquela frase que me soa sempre poderosíssima, mágica, como se carregasse consigo o fascínio da história da própria humanidade: ‘declaro abertos os jogos da vigésima oitava olimpíada’.