(no subject)
Ontem as viagens de automóvel foram sempre ao som de Como Sempre... Como Dantes, do Camané. Já aqui falei deste magnífico disco ao vivo, por isso não vale a pena ‘chover no molhado’. Mas é preciso dar conta, as vezes que forem precisas, desse momento de arrepio e comoção que é o Fado da Sina, particularmente quando a voz de Camané atravessa o silêncio para dizer: “E cuja luz / Aos pés da cruz / Já se apagou // Não podes fugir.”.
A minha mãe realçou o importante nas diferenças entre a versão de Camané e a da Hermínia Silva. Enquanto a da Hermínia é fria, cortante, metálica, a do Camané é quente e sofrida. Ou seja, enquanto Hermínia canta o fado na segunda pessoa do imperativo (“sofre”), Camané canta-o na primeira pessoa do singular do presente do indicativo (“sofro”). Continua é a ser muito difícil dizer qual delas a mais poderosa.
A minha mãe realçou o importante nas diferenças entre a versão de Camané e a da Hermínia Silva. Enquanto a da Hermínia é fria, cortante, metálica, a do Camané é quente e sofrida. Ou seja, enquanto Hermínia canta o fado na segunda pessoa do imperativo (“sofre”), Camané canta-o na primeira pessoa do singular do presente do indicativo (“sofro”). Continua é a ser muito difícil dizer qual delas a mais poderosa.