À complexidade da teia emocional que envolve as personagens, Ira Sachs contrapõe uma leitura narrativa muito simples, sem enunciados ou explicações, que persegue as personagens no seu dia a dia, nas rotinas do trabalho ou nos gestos familiares, colocando nos diálogos todo o esforço dramático. A contenção narrativa resulta numa enorme subtileza da abordagem das relações entre as personagens. Por outro lado, há muita informação que não nos é dada, e essa ambiguidade é responsável pela tensão dramática que aguenta todo o filme. Isto é particularmente evidente na relação entre os dois adolescentes, mais propriamente no lugar emocional que cada um deles ocupa na vida do outro.
Greg Kinnear tem um desempenho perfeito para o perfil da sua personagem, e o jovem Michael Barbieri tem uma daquelas presenças no ecrã completamente electrizantes e acho que é uma enorme promessa.