A presença, e sobretudo o rosto, de Agata Trzebuchowska dão ao filme o pretexto para um exercício formal de grande rigor, de um despojamento quase ascético, com planos muito geométricos, servido por uma fotografia a preto e branco que remete para um certo classicismo do cinema europeu.
Este aprumo formal serve ao realizador para contar uma história que atravessa os grandes terrores do século XX europeu, mas onde a mensagem política, que o filme assume do modo desassombrado e com grande eficácia, é entregue com enorme subtileza e sem nunca transgredir de uma narrativa que é focalizada na protagonista e no seu drama pessoal, na sua história e no seu dilema.